Monólogo de teatro moderno.
março 28, 2007– Ainda não estou nas mãos de agiotas. Ainda. Mas posso vir a; o que me causa certo desconforto moral. Até que ponto vale a pena? Entende? Se for apenas uma questão de tempo, é o caso então de abandonar tudo, correr enquanto posso, enquanto as minhas precocemente cansadas pernas me permitem. É… Talvez, um dia, eu não apareça mais à sauna; talvez, numa manhã fria, eu desista de tentar alcançar a hora em que o metrô é mais vazio; ou, ainda, tome outro rumo, saia em outra estação, vá procurar improváveis pingüins no centro da cidade. Não seria mau. Melhor que encarar aqueles outros, os felizes, os sorridentes matutinos, os que ganham dinheiro com a maior facilidade plácida deste mundo. Ou melhor, simplesmente têm. Eles possuem. Eles conhecem. Eles. Amam trabalhar, vão para a Europa em julho e fazem academia das nove às onze da noite porque não sentem sono. São importantes: a maior prova empírica de que certamente há algo de errado comigo. Porque sinto mais sono que a soma de todos os soníferos do Hemisfério Sul. Eu não caibo em mim. Eu esfrego os olhos. Noutro dia sonhei que fora ao centro espírita, e o palestrante da noite incorporava um extraterrestre. O estrangeiro – que falava todas as línguas existentes – disse à platéia que nós, humanos, estamos vivendo três dias num só. “Não é bem isso”, respondi, astuto; “mas é como se fosse”, observou aquele. Ao fim, entendi. Talvez isso explicasse o dia passar tão depressa – estamos acelerados! – e, ao mesmo tempo, ser tão pesado – estamos vivendo muito! -; aliás, fato este que traz cá outra questão: por que correr tanto e minerar tanto, se o sono e os agiotas etéreos não desaparecem? Quase não há ganho nesse ritmo insano; ou, mesmo, de todo não há. E, na vida real, onde gasto muitos reais, um designer disse-me num bar, noite de solidão, drinks a mais: “espanta esse cinza e coloca uns borders nessa sua paleta caótica de cores”. Era uma frase de motivação, penso. Não entendi por completo, mas entendi o cinza. Eis a cor, meu amigo: o cinza.
texto envolvente, não dá para parar de ler, nem pq fulano te chamou.
o cinza irá colorir-se.
por Val março 28, 2007 at 7:53 pmo tempo, o cinza, os reais, o real. eu realmente não aguento mais. mas continuo aguentando.
por Jups março 29, 2007 at 11:46 pmsabe, o sono a menos e os drinks a mais são uma equação sinistra.
e os designers não entendem muito bem de vida, mais de cores, mesmo. vai por mim. ;)
por Carol abril 9, 2007 at 1:45 amé exatamente isso… ritmo insano e acelerado para o fim…
por Wild Star abril 12, 2007 at 1:07 pmmeu sono nunca coube em mim. eu nunca coube em mim.
meu nome, sujíssimo, também não cabe.
meu carro, sem seguro e sem carta, idem.
preciso resolver tanta coisa, mas tenho sono…
mas pra fazer blog e reclamar da vida, nada! :)
por bruna abril 15, 2007 at 7:21 amé a lei da conservação do sono. para que alguns não tenham outros tem pra todo mundo. você deve estar no segundo grupo.
por lívia abril 19, 2007 at 3:38 pmcadê? escreve mais! ainda tô no cinza.. ui.
por jups abril 26, 2007 at 9:19 pmameei³
por rogério garcia junho 9, 2008 at 10:33 pmiço eh umma porra !
vai tomá no CÚ…..
por lixo junho 10, 2008 at 1:52 pmah guri(a) vc achouo isos uma porra opirque vc concerteza não tem intelectualidade o bastante porque se tivese aposto que leria com o máximo que vc poderia atingir dela e entenderia o texto.!
por rogerio junho 16, 2008 at 12:56 pm_|_
otáriooooooo(a)
Jesus nos salve de coisas como o tal aí.
(Que idioma foi esse o usado!?)
E eu prefiro lidar com as cores.
Bjos queridão!
por Chock agosto 25, 2008 at 10:15 pmcomo assim?
será que foi na mesma época dos e-mails “anônimos”?
;P
pq só pode ser coisa de gentinhazinha encardidinha.
por Val agosto 26, 2008 at 10:31 amcomo assim?tenho duvidas>>>
por bruna abril 1, 2011 at 1:04 amahah brutaaal
por hidsr junho 29, 2011 at 10:16 pmo texto está tao bom
por hidsr junho 29, 2011 at 10:18 pmquem é o autor?
por Ana Paz Ribeiro janeiro 25, 2012 at 4:53 pmmuito bom mesmo!!
por cleyton agosto 1, 2012 at 12:25 pmmuito lindo seus textos
por Adila Guerra fevereiro 14, 2013 at 11:53 pm